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Death Parade | Review



Nome: Death Parade (デス·パレード)
Publicação: 12 episódios
Autoria: Yuzuru Tachikawa
Gênero: Drama , Mistério , Suspense psicológico
Estúdio: MadHouse
Diretor: Yuzuru Tachikawa
Baseado: Death Billiars


Death Parade centra-se num conceito já bastante explorado pelas animações japonesas e também por diversos outros meios de entretenimento, como filmes, mangás e obras escritas em geral: a morte. No entanto, a adaptação baseada no curta Death Billiars nos presenteia com um conceito bastante diversificado sobre esse tema, que nos remete a um longa-metragem de sucesso, Jogos Mortais. O que difere o anime da obra citada seria em relação ao jogo, que pode ser visto como uma batalha entre a vida e a própria morte, com um porém: os jogadores, no caso de Death Parade, já estão mortos.

[Cuidado! Esse trecho traz revelações do primeiro episódio do anime]
As portas dos elevadores se abrem. Um homem e uma mulher se vêem diante de um corredor que os leva a um estranho bar, incapazes de recordar dos últimos acontecimentos ou de como foram parar lá. Ali, um barman de cabelo branco os saúda e imediatamente faz-lhes um "convite" no mínimo peculiar. "De agora em diante, vocês deverão começar uma batalha a qual colocará suas vidas em uma balança". E apresenta as seguintes regras:

Um: Primeiro de tudo, não posso dizer em que lugar estão.
Dois: Faremos vocês jogarem.
Três: Vocês escolherão o tipo de jogo por sorteio.
Quatro: Terão de arriscar suas vidas no jogo.
Cinco: Não podem sair do bar até o jogo acabar.

O jogo sorteado, no caso desse primeiro casal, foi o jogo de dardos. Mas não um simples jogo de dardos. Cada região do alvo representa um órgão do adversário, que poderá causar-lhe até mesmo o dobro de dor no local correspondente.

Qual será o veredicto de Decim?

O objetivo do jogo é pôr em evidência os segredos dos participantes. Seus defeitos e qualidades; seus pontos fortes e suas fraquezas; a benignidade e a escuridão de suas almas. Uma característica muito positiva do anime é o modo como isso é revelado, gradativamente, até que todos os segredos enfim transbordem e a trama nos leve a um clímax final. Ao fim de cada jogo, que pode ser melhor definido como um julgamento, Decim - o barman impassível de cabelos brancos - se apresenta como o juiz e, baseado nos atributos que cada um apresentou durante a partida, julga as almas e as envia de volta ao elevador. Há apenas duas opções: a reencarnação, onde terão a chance de viver uma nova vida, e o vazio, onde serão condenados à escuridão infindável pelo resto da eternidade.

O anime aborda temas fortes como traição, depressão, luxúria, suicídio, vingança e até mesmo assassinato. Além disso, faz inúmeras alusões a religião hinduísta, fazendo referência à flor de lótus e à Samsara durante a abertura, e também através dos fios utilizados por Decim para controlar os jogadores em determinadas ocasiões. Os fios provavelmente fazem menção ao conto A Teia da Aranha ou The Spider's Thread, de Ryūnosuke Akutagawa, assim como também simbolizam os fios de uma marionete, expressando o domínio que Decim tem sobre os participantes de seu jogo.


De modo geral, os personagens principais não apresentam grandes contrastes de personalidade. E, apesar de se tratarem de bonecos, alguns deles expressam, em determinadas passagens da trama, surpresa e até mesmo irritabilidade, como é o caso de Ginti, enquanto Decim sempre sustenta um rosto impassível.
O diferencial se dá na inserção da personagem Kurokami no Onna (A Mulher de Cabelo Preto), cujos pensamentos contradizem os dos demais juízes, que não compreendem as emoções humanas.
Personagens secundários, como os participantes dos julgamentos, revelaram-se tão importantes para o desenvolvimento da obra quanto os próprios principais. Eles são os responsáveis por transmitir ao telespectador os momentos de tensão, tristeza, apreensão e até mesmo emoção.
A relação entre os personagens, ao meu ver, poderia ter sido melhor explorada. Alguns deles, como Clavis e Quin, aparecem diversas vezes, mas suas histórias e suas peculiaridades não alcançam uma profundidade satisfatória.
Apesar de não apresentarem personalidades tão autênticas, foram desenvolvidos de um modo com o qual possamos nos identificar, sendo assim, nos cativando gradativamente, conforme a história avança.




De certa forma, a história pode ser dividida entre os julgamentos realizados por Decim, da seguinte maneira:

Ciúmes e traição – Episódios 1 e 2
No começo, ambos agem naturalmente. Se abraçam e se tratam como um casal comum, até mesmo de forma altruísta, querendo proteger um ao outro. Mas isso muda quando o jogo começa. Dardo após dardo, seus segredos são revelados, pouco a pouco. As lembranças revelam a traição da mulher e a desconfiança do marido. Ambos, que haviam combinado errar os lançamentos dos dardos, começam a se questionar. "Se eu perder o jogo, o que acontecerá comigo?" pensa o homem, relembrando os corpos pendurados. É aí onde o jogo começa e a natureza deles é realmente exposta.
Decim julga-os da seguinte maneira: O homem é enviado a reencarnação. A mulher é condenada ao vazio. Ele, como um boneco que não possui emoções e não compreende as emoções humanas, acaba por condenar a mulher, acreditando que sua mentira altruísta é verdadeira.
As opiniões referentes ao primeiro julgamento são bastante divergentes, dependendo do ponto de vista e da interpretação do que é mostrado. Acredito que o objetivo da MadHouse tenha sido criar dúvida, fazer os telespectadores questionarem e até mesmo criar uma resolução ambígua.


Aparência, vaidade e cirurgia plástica – Episódio 3
Ao contrário do primeiro julgamento, o boliche não apresentou grande clima de tensão, não somente pelas jogadas não resultarem em dor para o adversário, mas pela reação dos personagens ser um tanto surreal diante da situação que enfrentavam. Decim anuncia que ambos estão em um jogo apostando suas vidas, mas os dois não parecem tão horrorizados com a ideia. O julgamento traz à tona lembranças relacionadas à vaidade, mas com um clima de romance que substitui o clima de tensão psicológica. Ao final dessa partida emocionante, os dois têm a chance de aproveitar seus últimos cinco minutos juntos e ambos são enviados à reencarnação.

Egoísmo, luxúria, depressão e suicídio – Episódio 4
Misaki Tachibana, um exemplo perfeito do estereótipo de mulheres que atraem homens canalhas. Suas lembranças se baseiam em sexo, violência doméstica, gravidez que geram um ciclo vicioso ao conhecer outro homem, com quem repetirá as mesmas experiências.
Yousuke Tateishi, o típico filho incompreendido e traumatizado por não receber o amor da mãe, que provavelmente o culpava pelo casamento não dar certo, e que era incapaz de confiar em sua "nova mãe".
Ele foi para a reencarnação, ela foi para o vazio. Decisão com a qual concordo plenamente. Fica evidente nas memórias da mulher que Misaki se importava mais com a carreira que conquistara na TV do que com os próprios filhos. A luxúria e o egoísmo ficam evidentes em certas atitudes, como quando ela tenta convencer o homem a perder o jogo. Yousuke, por sua vez, se arrepende de nunca ter conseguido chamar a nova esposa de seu pai de "mãe". Mesmo que tenha se suicidado, o arrependimento e a vontade de continuar tentando o levaram merecidamente à reencarnação.


Fama e ídolos – Episódio 6
Harada era um pop star que costumava sair com todas as suas groupies e, devido a isso, foi assassinado por uma delas, que acabou por se virar contra ele. Mayu, uma fã que realmente o admirava e que morreu quando escorregou em um sabonete (Ér... Bom, o que posso dizer além de que essa morte foi muito BR? Não se esqueçam de comprar um tapete para o box do banheiro).
Ao final do julgamento, ela de certa forma o salvou. Nos últimos momentos, quando o pop star pensa "Tenho que empurrá-la", ela o interrompe e diz que irá se jogar. Por quê? Porque não quer que o seu maior fã a veja fazendo xixi. E então, ela diz: "Sempre que eu me sentia mal, me animava ouvir suas músicas.... Obrigado por sempre vir me buscar". Nesse momento, algo começa a mudar em sua mente e ele se arrepende por ter tratado as mulheres daquela maneira. 
Mais à frente, quando Ginti não consegue julgar Mayu, ele sugere, no episódio 11, que ela sacrifique uma alma pela de Harada. E ela o faz. Isso a condena e, provavelmente pela alma dele estar de certa forma interligada à dela, ambos vão para o vazio.


Assassinato e vingança – Episódio 8 e 9

Dois homens com algo em comum: o desejo de vingança. Para "proteger" aqueles que amavam, ambos foram corrompidos pela cólera. Shimada era um garoto gentil, inquieto e inocente que prometeu tomar conta de sua irmã após o falecimento dos pais, arranjando até mesmo um severo trabalho de meio período. Tatsumi inicialmente aparentava ser um homem muito dedicado ao trabalho e amigável com aqueles que considerava seus amigos, até que a morte da esposa o tornou um assassino patológico em busca de vingança. Durante a reta final do julgamento, onde a escuridão de ambos se expõe em um clímax simplesmente sensacional, Chiyuki tenta fazer Shimada se arrepender de seus atos, acreditando que a benevolência de sua alma ainda seria recuperável. No entanto, mesmo sob a probabilidade de poder reencarnar e ver sua irmã novamente, ele se entrega ao seu último desejo de vingança. Não há grandes surpresas ou reviravoltas na decisão. Ambos vão para o vazio.

Julgamento Final – Episódio 12

Decim leva Chiyuki para um lugar que ela reconhece como sua casa, provavelmente para que ela pudesse reavivar mais memórias, a fim de que ele pudesse julgá-la. Decim faz-lhe um convite um tanto perturbador e esperançoso. Diz que poderia revivê-la se, em troca de sua alma, Chiyuki sacrificasse outra. Vendo sua mãe entrar em casa e chorar diante de seu altar funerário, a garota se deixa levar pelo desejo de poder estar novamente junto dela, querendo se explicar e pedir seu perdão. Quando está muito perto de apertar o botão, ela se lembra de todos os julgamentos e de que provavelmente outras pessoas poderiam estar no lugar de sua mãe, lamentando por seus entes queridos, caso ela sacrificasse uma alma em seu benefício. Chiyuki, então, é incapaz de apertar o botão. Decim estava agora apto a julgá-la e enviá-la para o lugar onde sempre mereceu estar, a reencarnação.



Mais uma obra magnífica da MadHouse que, apesar de mínimos pontos negativos, tem grande potencial para se tornar um dos animes de maior destaque do ano, pois esse espaço já foi conquistado nessa temporada.
Death Parade não é apenas um anime interessante para passar o tempo. É muito mais que isso. Sua capacidade de fazer o telespectador duvidar, contestar, raciocinar e meditar sobre possibilidades é sensacional. Além, é claro, de contar com diversos momentos de tensão e de emoção que fazem com que se aprenda importantes lições de vida e se reflita sobre as próprias ações. Um anime que apresenta a essência humana com todos os seus defeitos e qualidades, que as retrata pelo que elas são, cada qual com o fulgor e a escuridão presentes no âmago de suas almas.
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[Abertura de Death Parade]
Música: Flyers |  Artista: BRADIO
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E aí! O que acharam de Death Parade? Concordaram com todas as decisões dos julgamentos? Contem pra gente :)

Um comentário:

  1. Nossa, e esse empenho na formatação ae? hahahaha
    Não li ainda a review pois estou estudando pra prova de daqui a pouco porém só de relance já vi que você mandou bem, ficou bem bonito <3

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